A mastreação do Mercado do Porto do Sal é um gesto simbólico, que instaura uma tradição na cidade. Mastrear, ou seja, erguer o mastro sobre o mercado, é uma prática que ocorre desde 2016, quando o projeto nasce.

O mercado é mastreado anualmente, em dezembro, e a presença do Mastarel evoca uma série de acontecimentos no lugar, que passa a ser também espaço expositivo, cultural, festivo, além de mercado.  

Na noite da mastreação ocorre um grande festejo comunitário, cujo momento mais importante é o acender das luzes sobre o prédio, que a partir de então é iluminado todo anoitecer durante sua permanência no Porto do Sal.

Como um farol que pisca no horizonte e sinaliza presença, o Mastarel é um descolamento. Uma realidade-sonho, um navio-mercado, um rio em suspensão. Uma comunidade ribeirinha e urbana, uma cidade portuária que não vê o seu rio. Um delírio.

 
  • Fotografia de André Mardock, Débora Flor, Dudu Lobato e Octavio Cardoso
  • Lúcia Chedieck

    projeto luminotécnico
    Lúcia Chedieck assina a luz do Mastarel desde 2018. Iluminadora e cenógrafa, ela é a grande responsável pela ativação da...
    Fotografia de Elaine Arruda

    Lúcia Chedieck assina a luz do Mastarel desde 2018. Iluminadora e cenógrafa, ela é a grande responsável pela ativação da obra, portanto pelo tão esperado momento chave da Mastreação: o acender das luzes; que demarca a abertura de um novo ciclo no projeto, instaura acontecimentos e anuncia o início da nova edição. 

    Com sua visão sensível, Chedieck traz a luz com maestria para o Porto, para dentro e fora do Mercado do Porto do Sal, e dispara o festejo comunitário que efetiva a mastreação.

    Natural de Belém, onde começou sua atuação no teatro, como cenógrafa. Na década de 90, em São Paulo, já trabalhando com iluminação, participou de diversos espetáculos, como: Peer Gynt, de Henrik Ibsen; Enq, o Gnomo, de Marcos de Abreu, em 1991, ao qual foi vencedora do Prêmio da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo – Apetesp; Angels in America - O Milênio se Aproxima, de Tony Kushner, que rendeu a ela indicação ao mesmo prêmio recebido em 1991. Em 2004, Lúcia recebe o Prêmio Shell pela iluminação do espetáculo Tauromaquina, da Companhia Balagan, exemplo de um trabalho múltiplo e colaborativo, tendo indicação de mais três prêmios Shell de teatro nos anos de 2008, 2012 e 2013.

    Vencedora do projeto de iluminação - III Prêmio ABILUX de Arquitetura - Projetos 2006 – na categoria Arquitetura Monumental pelo projeto "Basílica de Nossa Senhora de Nazaré", São Paulo-SP.

    Lúcia integra a equipe do Projeto Mastarel, sendo a responsável pelo projeto luminotécnico a cada nova edição. Partiu dela a sugestão de troca das lâmpadas usadas no arraial por lâmpadas de LED e o uso da cor, uma mudança significativa para a imagem plástica da instalação. A artista trouxe sua assinatura e seu olhar poético ao fazer a luz, cuja presença é grande parte da obra.